• Narrativas que Colam
  • Posts
  • #002 - Geração C: Por que o futuro do marketing está no comportamento — e não na idade

#002 - Geração C: Por que o futuro do marketing está no comportamento — e não na idade

⚔️ Cartas Lendárias - Edição #002

Por décadas, o marketing trabalhou com segmentações demográficas rígidas. Termos como Geração X, Millennials, Geração Z e Geração Alpha passaram a dividir consumidores por faixas etárias, como se o ano de nascimento fosse o principal fator determinante dos seus desejos, hábitos e decisões de compra.

Mas a sociedade mudou. E com ela, os padrões de consumo deixaram de seguir uma ordem cronológica.

Hoje, uma mulher de 50 anos pode estar mais conectada com as tendências digitais do que uma adolescente de 17. Um homem de 40 pode consumir conteúdo, fazer compras e se comportar exatamente como alguém da Geração Z. Isso nos leva a um novo entendimento: as gerações não deveriam ser definidas pela idade, mas sim pelo comportamento.

Essa é a lógica por trás da Geração C – uma geração transversal, digital e altamente conectada.

A Geração C foi conceituada pelo Google e pelo YouTube para descrever um novo tipo de consumidor que não é definido por idade, mas por atitude.

O “C” representa:

- Creation – Criação de conteúdo.

- Curation – Seleção e recomendação de conteúdo.

- Connection – Engajamento e relacionamento em rede.

- Community – Participação ativa em comunidades digitais.

Essas pessoas:

- Estão constantemente online.

- Participam de conversas digitais.

- Criam e compartilham conteúdo.

- Influenciam e são influenciadas por comunidades e creators.

- Tomam decisões com base em provas sociais, reviews, unboxings, vídeos curtos e opiniões espontâneas.

É uma geração sem idade fixa, mas com hábitos extremamente marcados pelo mundo digital.

 🔍 Por que a idade deixou de ser o principal critério?

O marketing tradicional baseava-se em demografias. Você provavelmente já viu ou ouviu isso:

“Nosso público-alvo são mulheres entre 25 e 40 anos, classe B, que moram em áreas urbanas.”

Mas essa abordagem está ficando cada vez mais limitada. Com a aceleração da tecnologia e a popularização da internet móvel, as pessoas passaram a adotar comportamentos digitais com base em contexto, não em cronologia.

Exemplo:

- Uma mulher de 48 anos que acompanha influenciadores no TikTok, faz compras via link da bio, edita vídeos com CapCut e assina canais do YouTube se comporta mais como Geração Z do que como Geração X.

- Um homem de 35 anos que compra pela TV, usa Facebook e lê o jornal físico pode se comportar mais como Boomer do que como Millennial.

Portanto, comportamento é o novo critério de segmentação.

Diversas pesquisas apontam para esse novo paradigma:

1. Google: Think with Google

- Afirma que o comportamento de busca e consumo é mais relevante do que a idade.

- Apresenta o conceito de “Geração C” como transversal e comportamental.

- Defende que marcas devem analisar momentos de consumo e intenção, em vez de apenas idade.

2. McKinsey – Estudo “True Gen” sobre a Geração Z

- A Geração Z é definida por:

  - Busca por verdade e autenticidade.

  - Adoção de tecnologias intuitivas.

  - Preocupação com causas sociais.

A McKinsey afirma que esses valores transcendem a idade e começam a moldar o comportamento de outras gerações.

3. YouGov – Estudo sobre o consumidor brasileiro

Mostra que consumidores de diferentes idades compartilham comportamentos semelhantes, como:

  - Uso intenso de redes sociais.

  - Influência de creators e celebridades digitais.

  - Preferência por vídeo como meio principal de aprendizado.

4. Nielsen e Accenture

- Identificam tribos de comportamento no lugar de gerações fixas.

- Exemplo: “Ultra Racionais”, “Impulsivos Visuais”, “Analíticos Sociais” — definidos por como compram, e não pela idade.

Se você se identifica com cinco ou mais dos comportamentos abaixo, parabéns: você é da Geração C — independentemente da sua idade.

Usa o celular como principal ferramenta de consumo e comunicação.  

Pesquisa produtos via vídeos, reviews e redes sociais antes de comprar.  

Confia mais na opinião de influenciadores do que em comerciais de TV.  

Produz ou compartilha conteúdo online.  

Participa ativamente de comunidades (grupos, fóruns, Discord, etc.).  

Espera personalização e interação em tempo real.  

Tem aversão a marcas genéricas e prefere empresas com posicionamento claro.  

Consome entretenimento em vídeo (shorts, reels, TikTok, YouTube).  

Reage mais à narrativa do que à oferta.  

Usa o feed de redes sociais como nova “vitrine de consumo”.

Ao invés das tradicionais Gerações X, Y, Z, Alpha… você pode usar uma segmentação por comportamento, como:

• Geração Analógica

- Pouco uso de tecnologia.  

- Compra por indicação boca a boca.

• Geração Migrante Digital

- Viveu a transição para o online.  

- Usa redes sociais, mas ainda consome TV.  

- Prefere Google para tomar decisões.

• Geração Social Proof

- Compra com base em provas sociais: comentários, reviews, unboxings.  

- Influenciada por creators e curadoria de conteúdo.

• Geração Creator

- Produz conteúdo.  

- Monetiza presença online.  

- É influência e é influenciado.

• Geração Algoritmo

- Consome o que o algoritmo entrega.  

- Busca hiperpersonalização.  

- Vive de conteúdo sob demanda.

 🚀 Como as marcas devem se adaptar

1. Estude comportamentos, não apenas demografias

Desenhe personas baseadas em ações e jornadas de compra, não apenas em idade e gênero.

2. Adapte sua linguagem para cada tribo digital

Um mesmo produto pode ser vendido de formas diferentes para grupos comportamentais distintos.

3. Esteja onde o consumidor está — no momento certo

A jornada não é mais linear. Invista em conteúdo de descoberta, nutrição e decisão nos canais certos (TikTok, YouTube, WhatsApp, etc.).

4. Crie comunidade e propósito

A Geração C compra de quem compartilha valores, não apenas de quem tem o menor preço.

5. Aposte em criadores, não só em anúncios

Creator marketing é a ponte direta entre marcas e a Geração C.

A era das gerações cronológicas está chegando ao fim. O marketing do futuro — e do presente — precisa entender que o comportamento fala mais alto do que o RG.

Não importa se seu público nasceu em 1965 ou 2005. Se ele consome como a Geração Z, ele é Z no comportamento. Se ele vive imerso em conteúdo, compartilha experiências e toma decisões com base em provas sociais, então ele faz parte da Geração C.

Portanto, se você quer vender mais, engajar mais e se conectar de verdade com seu público, mude a pergunta:

Quantos anos ele tem?

Como ele se comporta?

Um grande abraço!

Cristiano Oliveira